Palavras Vermelhas

Ao iniciar este blog o fiz sem nenhuma pretensão, estava com insônia e resolvi "brincar" um pouco, acabei me empolgando com a idéia e comecei a postar coisas do meu interesse, sobretudo referências a mulheres ou ao feminino. Alguns amigos começaram a cobrar mais seriedade. Chega de ctrl c,ctrl v , quero ver escritos seus, disse um. Quero emoção falou outro. Mas estou envolvida em um projeto e me conhecendo, prefiro, por enquanto, deixar assim, uma brincadeira pessoal, sem maiores responsabilidades. A palavra é algo que me intriga, não sei se sou hábil em seu uso. Na verdade ultimamente tenho me sentido limitada em minha expressão. Sinto- me travada. Também tenho me perguntado o que tenho feito dos meus dias ( e noites). Um vazio me assola, como se estivesse imersa num ermo sem fim. Qual o sentido de tudo isto, me pergunto?! Porque somos algozes de nós mesmos? Algumas pessoas me vêem como uma estranha. Bem! eu também me estranho na maioria das vezes, apenas me habituei comigo mesma e minhas incoerências. Meu maior adversário no momento é Chronos, o Senhor do Tempo Cronológico, simplesmente não consigo lidar com ele, me encaixar em seu tempo . Meu tempo é outro, sou orientada por um tempo interno. Minha idade, por exemplo, no tempo de Chronos tenho quase 39 anos, mas internamente minha idade varia bastante, confuso?! nem tanto, talvez eu tenha um pouco mais de consciência de algo que afeta todos nós. O tempo subjetivo.Um bela manhã você acorda e quem está presente é seu eu de 5 anos de idade, ou quem sabe você reaja ao seu chefe como aquele adolescente de 17 anos que um dia você foi !? Não, eu não sou da área da psicologia! Mas me interesso muito pela subjetividade humana, suas indiossicrasias e contradições. Me interesso particularmente como lidamos com nós mesmos.

Você costuma pensar a respeito de quem é você? Recomendo a leitura dos textos do blog Arcana Mundi do Marcelo Brasil, lá tem vários textos sobre as máscaras que adotamos. Baile dos mascarados, é isto que vivemos ?! raramente exibindo nossos rostos até pra nós mesmos ?! Como chegamos a isso, e porque tememos tanto sermos mais autênticos, o preço pela vida em sociedade é este? Sermos um engodo?! Há momentos em que não sei quem está em cena, sou eu aqui, agora ? quem é está? de onde ela veio . Em que momento isto é iniciado, a construção da máscara? Como ela é moldada, quando foi a última vez que viu seu rosto? Eu não sei a úlima vez que vi o meu, embora tenha tido um vislumbre uma vez, quando raspei minha cabeça com máquina zero. Nunca estive tão próxima de mim mesma, como naquele momento. Me senti forte, linda, poderosa, apenas porque realizei algo visando satisfazer uma única pessoa, EU. Agora estou vazia e cheia ao mesmo tempo. Vazia de mim e cheia de outros. A solução?? Me preencher e me esvaziar. Ter mais de mim , em mim e nada dos outros em mim. E isto começa agora!!!